sábado, 26 de março de 2011

Retratos de uma História


Desde os primórdios de sua existência, o homem tem necessidade de demarcar o ambiente em que vive de modo a deixar claro sua passagem e dominio territorial. Um exemplo disso são as figuras desenhadas em cavernas, um dos primeiros resquícios do desejo inconsciente do homem de contar sua história.
Isso demonstra a relação que o homem faz dos seus hábitos em suas habitações, remetendo-nos a concluir que sua personalidade está descrita no lugar onde vive. Portanto, um estudo aprofundado da decoração de uma casa pode fazer-nos definir personalidades e hábitos de cada um dos seus residentes.
Uma casa, por si só, não é um lar. Trata-se apenas de um objeto arquitetônico inanimado e somente após um processo de demarcação territorial é que passa-se a ser um lar. Por isso vamos destacar aqui neste blog, a importância da decoração, que faz parte desse domínio territorial.
De acordo com Glaucus Cianciardi, mestre em arquitetura e urbanismo, decorar é, com a mediação de objetos, conferir sentidos a um lugar, tornando-o mais significativo que um simples abrigo; é tornar público o modo privativo de ser de cada indivíduo; é apropriar-se do espaço, submetendo-o aos designios de quem o habita de forma que o reflita tal qual um espelho a sua imagem e semelhança.
Nossa casa é uma extensão de nós mesmos, daí a importância do papel da decoração em ultrapassar a promessa de beleza, tendo como  principal função, de acordo com Glaucos, fazer com que os ambientes caibam de forma física, social e psíquica no cotidiano das pessoas, comunicando quem são ou quem pretendem aparentar ser.


Fonte: Revista Mente e Cérebro -  Psicologia da Decoração
Adaptado por Jéssica Zaparoli

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